1. 1. POSTURA – ÁSANA – (“Assento”)
Originalmente, a superfície sobre a qual o yoguin
está sentado. Essa superfície deve ser firme, nem
muito alta, nem muito baixa, suficientemente
grande, plana, limpa e, no geral, agradável. A
palavra se aplica também à cobertura do assento,
que pode ser feita de madeira, capim, pano ou
diferentes tipos de pele de animal. Mas o
significado mais comum de ásana é ¨postura¨,
considerada um dos ¨membros¨ (anga) regulares
do caminho yogue. O yoga sútra (2.46) estipula
simplesmente que a postura deve ser firme e
agradável. Esta ultima qualificação implica em que
ela deve ser praticada em estado de relaxamento
(shaithilya). Em geral, é recomendo que o
praticante sente com a coluna ereta, com o tronco,
o pescoço e a cabeça alinhados, de modo que a
força vital (prána) possa subir e descer livremente
ao longo do eixo corporal. Varias posturas são
descritas nas escrituras de Yoga. Originalmente,
serviam para como posições estáveis para a
meditação prolongada. Depois, foram sendo
elaboradas e adquiriram uma variedade de funções
terapêuticas, chegando à sofisticada ásana –
tecnologia do Hatha-yoga. As escrituras do Yoga
Pós-Clássico declaram que Shiva propôs 840.000
posturas diferentes. Supõe-se que esse número
represente o total de classes de seres vivos. Dessa
ampla variedade, só um limitado número de
2. assentos (pítha) teriam sido recomendado por
Shiva para os praticantes espirituais.
Assim, ao longo da evolução do Yoga, uma série
de exercícios foram desenvolvidos e incorporados
ao seu patrimônio. Estes foram, ao longo de seu
desenvolvimento, catalogados em grupos
conforme sua abordagem. Os exercícios que
estimulam o corpo e a sensibilidade passaram a se
chamar ásana, se estimulam a respiração e a
energia, pránáyáma, se estimulam a voz e a
concentração, mantra, e assim por diante. Um
certo conjunto de posturas – chamadas
¨selos¨(mudrá) – são especialmente capazes de
alterar o estado de espírito, pois têm um efeito
mais intenso sobre o sistema endócrino do corpo.
Às vezes, os iniciantes na prática do Yoga têm
dificuldade para detectar essas mudanças
interiores, talvez porque prestam demasiada
atenção às tenção da musculatura. Com a prática,
porém, qualquer um pode descobrir os efeitos das
diversas ásanas sobre o humor, e é então que o
verdadeiro trabalho interior pode começar. Isso
porque, como diz Patanjali, a correta execução da
postura torna os yogins insensíveis aos efeitos
dos ¨pares de opostos¨ (dvandva), como o calor e
frio, a luz e a escuridão, o silêncio.
As posições físicas altamente elaboradas para
proporcionar alongamento muscular, flexibilidade
articular e força. À primeira vista confundem-se
com meros exercícios corporais; entretanto, numa
3. análise mais profunda, provocam mudanças
psicológicas, fisiológicas e atuam sobre as
energias sutis do organismo; alteram o
comportamento, desenvolvem consciência
corporal, noção dos pontos fortes e fracos,
autocontrole, força de vontade, autopercepção e
uma infinidade de efeitos subjetivos, visando
preparar o praticante paras as técnicas mais
introspectivas. O ásana é uma das primeiras
etapas trabalhadas na prática, partindo da
premissa de que se você não controla nem mesmo
suas funções motora, como pode ter no mínimo de
equilíbrio para lhe dar com questões emocionais?
E o que diria então da mente? Vinyasa: seqüência
de ásanas, executada em uma ou mais voltas, na
qual se desenvolve a consciência da respiração e
seu sincronismo com o movimento.
A pesar de o ásana estar entre as técnicas mais
elementares, quando comparado a meditação, que
é a essência do Yoga, a conquista da estabilidade
corporal é um pré-requisito para as técnicas mais
sutis. Se o yogina não tem conforto em
permanecer sentado em dhyánásana, numa
posição firme e agradável, não poderá sequer
começar sua prática de concentração. Para o
iniciante, o ásana tem a vantagem de, por trabalhar
com a parte mais densa do organismo, produz
resultados de melhoria de saúde e vitalidade logo
nas primeiras prática ásana atua além do físico,
com impacto na esfera emocional, mental e na
4. circulação de energia vital pelo organismo (no
Yoga, chamamos de prána a essa energia),
revitalizando órgãos internos, densos e sutis e
preparando para a prática de meditação.
Você já verificou que, suas emoções, seu esforço
mental, seu estresse, tudo o que vivencia a cada
dia, é somatizado no corpo e na musculatura?,
Eventualmente gerando contrações ou até mesmo
dores localizadas. Se o que ocorreu foi um
estresse no trabalho, você poder ter ficado com
uma região do corpo contraída; se foi um problema
emocional, observará outra reação; se exagerou na
prática de esportes, ainda outra reação poderá
ocorrer. É como se fôssemos mapeados: qualquer
coisa que acontece conosco, quer seja na esfera
física, ou na emocional, ou mental, ou ainda mais
sutil, tem um impacto direto sobre nosso veículo
mais denso, que é o corpo. O contrário também
5. ocorre: quando você coloca o corpo em
determinada posição, exigindo mais de um
músculo, alterando a circulação do sangue e de
prána pelas nádís, você está atuando em todo o
organismo colocar o corpo numa posição e lá
permanecer, está sendo gerado um efeito reflexo
com impacto fisiológico, emocional e mental,
estimulando os órgãos internos, densos e sutis e
preparando para a prática de meditação.
CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DE ÁSANA
Alguns conceitos e nomes utilizados na prática de
Yoga são universais, sendo adotados pela
totalidade das escolas, como os termos dháraná
(concentração) e dhyána (meditação), contudo, no
caso dos ásanas, talvez por terem um
desenvolvimento posterior na história do Yoga,
talvez pela diversidade de abordagens e técnicas
utilizadas, não existe nenhum padrão adotado para
a classificação ou nomenclatura das posturas.
Dessa forma, não vamos dar ênfase à questão de
nomes e utilizar uma nomenclatura geral derivada
do Hatha Yoga, ao nomear as posições, cientes de
que pode ser distinta de outras nomenclaturas
igualmente corretas.
Uma forma didática de classificar a grande
quantidade de ásanas existente é de acordo com
sua função primordial, dividindo em dois grandes
grupos identificados como ásanas de base de
6. execução de outras técnicas e recuperação,
denominados ásanas de suporte ou passivos, e
ásanas que visam promover efeitos, denominados
ásanas ativos.
Ásanas de suportes ou passivos Ásanas ativos
-dhyánásanas: posições sentadas -kundalinyásanas: posições e
para prática de meditação mudrás para ativação de chakras e
kundaliní.
-shavásanas e similares: posições de
descanso e recuperação -ojásanas: posições de inversão do
principio vital
-kriyásanas: posturas para ativação
geral do organismo
SELEÇÃO DE ÁSANAS PARA UMA PRATICA
As movimentações da coluna vertebral e as posições de
inversão são essenciais no Yoga. Juntamente com o
shavásana, para a recuperação e assimilação, constituem
a principal referencia geral para uma pratica completa
de ásanas.
Para permitir o desenvolvimento completo do corpo, será
preciso praticar ásanas coflexão para trás, para as
laterais e de torção espinhal. Ao fim desses exercícios, o
shavásana.
Indicações semelhantes são adotadas por quase todas as
escolas derivadas ou influenciadas pelo Hatha Yoga.
Na elaboração de uma seqüência é necessário “focar
nossa atenção para a forma de agrupar os ásanas de
acordo com a posição do corpo em relação com à terra e
7. em relação com o movimento básico da espinha”,
indicando que também é adequado levar conta a posição
do corpo em relação à terra, procurando agrupar as
posições sentadas, deitadas ou em pé numa mesma
seqüência, maximizando os efeitos da pratica, visto que
diminui as movimentações desnecessárias.
Esses dois critérios citados são os mais comumente
utilizados no Hatha Yoga, mas a seleção de ásanas varia
Muito de escola para escola e também de acordo com
objetivo da pratica e do estágio do praticante. De forma
bem geral, podemos afirmar que as praticas com grande
diversidade de técnicas são mais utilizadas por iniciantes
visando um desenvolvimento da estrutura geral do corpo,
ao passo que as praticas com poucas técnicas são praticas
mais avançadas, visando estimular a meditação e a
ativação da energia de kundaliní.
CONFORTO E SEGURANÇA
“Se houver dor excessiva em alguma parte do corpo, o
ásana deve ser terminado imediatamente e, se necessário
deve ser feita uma verificação médica. Não permaneça
num ásana se desconforto for sentido”. “Todo e qualquer
ásana deve ser prazerosamente executado, jamais
produzindo fadiga anormal ou sensações desagradáveis”.
REGULARIDADE E PERMANÊNCIA
A regularidade produz muito mais efeito que um esforço
concentrado e irregular.
8. Para qualquer tipo de técnica-alongamento, flexibilidade,
técnicas e outras mais sultis-, a regularidade é o primeiro
e o mais importante elemento. A permanência pode
dinamizar ainda mais a pratica, mas só deve ser
ampliada na medida em que permita manter uma
regularidade exacerbada nas praticas.
Um dos conceitos fundamentais do Yoga é abhyása, a
pratica aplicada, diligente com aplicação, zelo força de
vontade.
COMPESAÇÃO DOS EXERCÍCIOS
É importante que o programa seja formado de maneira
que flexões atrás sejam seguidas por flexões à frente, e
vice-versa, e o que quer que seja praticado para um lado
do corpo seja para o outro lado.
Esse conceito de compensação é necessário para trazer o
corpo de volta ou estado balanceado.
Algumas compensações específicas são recomendadas
para alguns ásanas, como o “matsyásana deve sempre ser
executado após o sarvangásana”.